sábado, 7 de setembro de 2013

Tipologia Textual

Nar­ra­ti­vos

Ten­dem a ser enun­ci­a­dos com ver­bos de mudança no pas­sado, um cir­cuns­tan­cial de tempo e lugar. Nor­mal­mente sã desig­na­dos como enun­ci­a­dos de ação. O ele­mento cen­tral é a sequên­cia temporal.
Ex: Entra­ram pela Porta e des­ce­ram a rua íngreme e sinu­osa. (J. R. R. Tol­kien, O senhor dos anéis, O retorno do rei, p. 901.)

Des­cri­ti­vos

Estru­tura sim­ples com um verbo está­tico no pre­sente ou imper­feito, um com­ple­mento e uma indi­ca­ção cir­cuns­tan­cial. Pre­do­mi­nam as sequên­cias de localização.
Ex: A luz cres­cia; e as altas colu­nas e as figu­ras escul­pi­das ao longo do cami­nho pas­sa­vam len­ta­mente como fan­tas­mas cin­zen­tos. (J. R. R. Tol­kien, O senhor dos anéis, O retorno do rei, p. 901.)

Expo­si­ti­vos

Ser­vem para iden­ti­fi­car ou ligar fenô­me­nos, atra­vés de pro­ces­sos de com­po­si­ção ou decom­po­si­ção. É comum que o sujeito e o com­ple­mento esta­be­le­çam entre si uma rela­ção de parte-todo. São sequên­cias ana­lí­ti­cas ou expli­ci­ta­mente explicativas.
Ex: Essa é a cor­neta que Boro­mir sem­pre car­re­gava! — excla­mou Pippin. (J. R. R. Tol­kien, O senhor dos anéis, O retorno do rei, p. 797.)

Argu­men­ta­ti­vos

Trata-se de um enun­ci­ado de atri­bui­ção de qua­li­da­des ou valo­res. Há um claro pre­do­mí­nio de sequên­cias tex­tu­ais con­tras­ti­vas explí­ci­tas e de cri­a­ção de con­cei­tos a par­tir do pró­prio dis­curso com o obje­tivo de per­su­a­dir o interlocutor.
Ex: — Muito bem! — disse Sam desa­ni­mado. — Mas eu vou primeiro.
— Você? — disse Frodo. — O que o fez mudar de ideia sobre descer?
— Não mudei de ideia. É ape­nas bom senso: que vá pri­meiro aquele que tem mais pro­ba­bi­li­dade de escor­re­gar. Não quero cair em cima do senhor e derrubá-lo — é insen­sa­tez matar dois numa só queda. (J. R. R. Tol­kien, O senhor dos anéis, As duas tor­res, p. 637.)

Injun­ti­vos

São enun­ci­a­dos inci­ta­do­res à ação. Nota-se cla­ra­mente sua fun­ção ape­la­tiva, uma vez que tende a pos­suir sequên­cias com ver­bos no imperativo.
Ex: Parem! Parem! — gri­tou Gal­dalf, sal­tando na dire­ção da escada de pedra diante da porta. — Parem com esta lou­cura! (J. R. R. Tol­kien, O senhor dos anéis, O retorno do rei, p. 901.)
Notem que todos os exem­plos foram tira­dos de O senhor dos anéis, aquele que era um texto “narrativo”. Desta forma, a res­posta do aluno no começo deste post seria ina­de­quada pois revela ape­nas o pre­do­mí­nio de uma sequên­cia tipo­ló­gica em um deter­mi­nado gênero textual. Isso por­que um mesmo gênero nor­mal­mente pode ter dife­ren­tes sequên­cias tex­tu­ais de dife­ren­tes tipologias. No gênero “reda­ção esco­lar” pre­do­mi­nam as sequên­cias argu­men­ta­ti­vas, mas é pos­sí­vel iden­ti­fi­car enun­ci­a­dos expo­si­ti­vos ou injun­ti­vos, por exem­plo. O romance (eis a res­posta que deve­ria ter dado o aluno!) terá todas essas sequên­cias tra­ba­lhando em fun­ção da narração.


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